sexta-feira, 27 de setembro de 2019
terça-feira, 24 de setembro de 2019
Pierre Dieucel
24/09/2019
O
CENTRO DE APOIO AO MIGRANTE
O que posso fazer para ajudar?
Tal foi a pergunta do nosso Fundador
João Batista Scalabrini diante daquelas realidades migratórias do seu tempo.
Assim, o Centro de Apoio ao Migrante da Congregação dos padres Missionários de
São Carlos Scalabrinianos na Diocese de Santo André (SP) nasceu com o famoso
método: ver, julgar e agir.
Padre Jean-Dickson, ao ver essa
realidade presente no ABC paulista em 2014, especialmente com a chegada dos
nossos conterrâneos, recordou o carisma da congregação, explicando que o nosso
Fundador ao ver os imigrantes, perguntava-se: “o que posso fazer para ajudar”. Foi dessa mesma maneira que ele
partiu em ação para encontrar respostas na tentativa de acolher, ajudar,
integrar e promover o migrante. E uma das respostas encontradas foi a criação
desse Centro, situado na Rua Montevidéu, 71, em Utinga, Santo André, cedido em
comodato pela Prefeitura.
O nosso bispo diocesano, Dom Pedro
Carlos Cipollini, elogiou a iniciativa com estas palavras: Esse Centro “trará
incontável benefício aos nossos irmãos que aqui chegam pelos mais diversos
motivos, e encontram um país acolhedor”.
O Centro oferece várias oportunidades,
tais como: aulas de português, música, informática, apoio necessário para tirar
documentação, programa de colocação de emprego e cestas básicas oferecidas mensalmente
às famílias desempregadas.
Hoje, o Centro de Apoio ao Migrante é a
voz de Scalabrini através dos missionários que abraçam o carisma em meio aos
haitianos, latino-americanos, africanos e sírios radicados na Diocese de Santo
André. É um espaço então que surgiu a partir de uma visão pastoral da igreja em
saída. O Centro se torna assim um ponto de referência para os migrantes e
a Pastoral do Migrante da Diocese.
Essa pergunta: “o que posso fazer” continua sendo feita até hoje pelos Padres
Scalabrinianos.
E você, o que pode fazer para ajudar o migrante?
Com as mesmas palavras do Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz,
Arcebispo da Paraíba (PB): Que nossas mãos, apoiadas pelas mãos
caridosas da Virgem Maria, nos ajude a estender sobre as dores da humanidade, o
remédio que cura, o óleo que alivia e restaura. Nossas mãos são fracas, mas
quando sustentadas umas nas outras, tornam o Evangelho na força que pode
transformar o mundo.
Pe. Pierre Dieucel
sábado, 24 de agosto de 2019
Migração: uma das grandes questões do mundo
Para refletirmos:
Uma das duas ou três maiores questões
que estão preocupando os países mais desenvolvidos do planeta no século XXI, é
a questão da migração. As migrações fazem parte da história humana. Durante as
duas últimas décadas, essa questão tem certamente um lugar crescente nas
agendas políticas da maioria dos estados do planeta. Por exemplo, a Venezuela,
conhecida pelos seus recursos naturais, como uma terra muito rica; hoje, é um
dos países onde várias pessoas estão deixando de viver devido à crise política
e econômica. De acordo com a ONU, esperam-se 5,3 milhões de refugiados e
migrantes venezuelanos até o final de 2019.
Eduardo Stein, um enviado da ONU para
refugiados e migrantes venezuelanos, numa entrevista coletiva, declarou:
"Estamos enfrentando um terremoto humanitário".
E, ainda, de acordo com a ONU, o êxodo
de venezuelanos que fogem dessa situação econômica desastrosa é considerado
como o maior deslocamento de pessoas na história recente da América Latina.
A situação está piorando cada vez mais.
Portanto, a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, mas é
sufocada por uma profunda crise econômica e está sob sanções financeiras dos
Estados Unidos.
O que tudo isso nos diz?
Ver, estamos vendo a realidade.
Julgar, estamos julgando-a.
Agir, como agimos?
O que fazemos, ou seja, como
contribuímos?
Lembrem-se: acolher o
próximo é acolher o próprio Cristo.
Em Cristo, somos todos
irmãos!
Pe. Pierre Dieucel
quinta-feira, 25 de julho de 2019
O desconhecido é também nosso próximo (Pe. Pierre Dieucel)
O migrante é também nosso próximo
Pe. Pierre Dieucel
No texto bíblico que nos foi lido no XV
domingo do tempo comum, Jesus recorreu a três personagens para responder a uma
pergunta que Lhe foi feita: o sacerdote, o levita e o samaritano (Lucas
10,25-37). Nessa parábola Jesus nos mostra o amor em ação, e nos
mostra a atitude de ter aos necessitados: colocar as vítimas ao centro e viver
a misericórdia; a solidariedade e a acolhida. A intervenção do samaritano mudou
a situação da vítima. Aquele homem (talvez um migrante ou viajante), ferido,
meio morto, roubado de tudo, foi levado para ser tratado com respeito e
colocado em uma situação que lhe permite de recuperar sua saúde e dignidade.
Tendo visto o homem meio morto, o
sacerdote e o levita se desviaram do caminho para evitar a "impureza da
morte". A regra deles os impediu de ver o ser humano que precisava de
ajuda. Regras daquela sociedade ou da religião deles podem nos mostrar o
sofrimento dos outros como "normal"; ou que isso não lhes cabia a se
aproximarem desse sofrimento. Quanto ao samaritano, ele viu a realidade e se
deixou tocar. Seus sentimentos o incitaram a agir.
Essa parábola nos ensina sobre o mandamento
do amor a Deus e ao próximo. Próximo é o que está “caído e necessitado de ajuda”.
Hoje, em vários lugares, a migração é
vista como uma ameaça pelas forças de extrema-direita e nacionalistas. Os
migrantes são rejeitados, discriminados e até barrados por essas forças. Sendo
assim, pode-se falar da mesma atitude ou comportamento do sacerdote e levita na
parábola.
Hoje Jesus também nos diz: Vá para
aqueles que são vulneráveis, em necessidade, tais como: os migrantes,
refugiados, deslocados, pois precisam de nós!
Cabe a nós escolher entre "manter a
distância" (a atitude do sacerdote e levita) ou "aproximarmos"
(o exemplo do samaritano), entre ser cego (o sacerdote e levita) e ver a realidade
(o samaritano).
Acolher o próximo é acolher o próprio
Cristo (Mateus 25, 40).
À luz desse ensinamento de Jesus, que
aprendamos a viver ou fazer a experiência da misericórdia, aproximação, solidariedade
e hospitalidade!
domingo, 30 de junho de 2019
Pierre Molaisse
Da reflexão à ação: uma
tomada de consciência
Pe. Pierre Dieucel
Na nossa última
reflexão em relação à migração, um dos questionamentos que havíamos levantado,
foi: como atender as pessoas (migrantes) em deslocamento massivo em um mundo em
crise.
Uma coisa que devemos
saber, é que o fenómeno da migração é muito antigo, mas ao longo das últimas
décadas, os fluxos migratórios vêm crescendo cada vez mais e nos levam a
questionar a forma como a sociedade acolhe essas pessoas em busca de uma melhor
condição de vida. Perante tal contexto, a nossa sociedade está enfrentando uma crescente
crise humanitária.
Diante de tais
situações, a resposta das autoridades públicas é muito significativa. E ainda
muito mais a nossa resposta, como cristãos comprometidos com a proposta do
Evangelho de Jesus Cristo. Assim, a nossa missão é de ser igreja peregrina que pára no meio do caminho, olha o irmão caído, cura suas feridas e o levamos conosco para cuidar dele.
Evangelho de Jesus Cristo. Assim, a nossa missão é de ser igreja peregrina que pára no meio do caminho, olha o irmão caído, cura suas feridas e o levamos conosco para cuidar dele.
Infelizmente, muitas vezes
ouvem-se queixas como: "não podemos acolher toda a miséria do mundo",
"É a invasão", "Imigração fortalece o desemprego e crise",
"essas pessoas ameaçam nossa segurança", etc. Trata-se assim de uma tendência
provocada pela rejeição e depreciação. Isso acaba criando um
sentimento de medo.
Sim, sabemos realmente
que existem, em qualquer multidão, pessoas com más intenções, mas isso não deve
nos impedir de continuar a missão de acolher, pois acolher o próximo é acolher
o próprio Cristo.
Desprezo, preconceito,
discriminação, indiferença são sentimentos que não nos levam a lugar nenhum.
Enfim, somos
"UM", compartilhando o mesmo planeta, a mesma terra e o mesmo céu.
Por isso, vivamos o
ensinamento do Evangelho que é o: AMOR!
Façamos o bem sem
olharmos para quem, pois a nossa recompensa será maior no céu!
segunda-feira, 3 de junho de 2019
Migrar para sobreviver
Migrar para sobreviver
O homem desde
sempre se muda para outros lugares. Essa mudança ocorre por diversas
razões como guerra, crises políticas, religiosas e econômicas. Assim, todos os
anos devido a essas situações, centenas de milhares de indivíduos se põem a
caminho em busca de melhores condições de vida.
Anos para cá,
tem-se notado que as mudanças climáticas vieram ocasionando vários problemas em
diferentes países, acarretando mais e mais deslocamentos. Observa-se que as
mudanças climáticas e a mobilidade humana são duas temáticas que vêm sendo
muito debatidas em várias instituições acadêmicas, nos meios de comunicação
social, e tornando-se objeto de pesquisa em vários campos de estudo. Várias
questões são colocadas, por exemplo: como proteger o planeta diante das
mudanças climáticas e como atender essas pessoas em deslocamento em um
mundo em crise?
Dieucel P.
quinta-feira, 25 de abril de 2019
NOVOS ROSTOS DA IMIGRAÇÃO
24/04/2019
BRASIL: NOVOS ROSTOS DA IMIGRAÇÃO
Brasil, terra imensa, quinto
maior país do mundo em extensão territorial, com uma população de 202.768.562 de
habitantes. Em 1818, o Brasil adotou a sua primeira política
imigratória trazendo, primeiramente, suíços para Nova Friburgo e, sobretudo,
alemães, os quais se estabeleceram em maior número na região do Sul do país. A
partir da crise do cativeiro, foram trazidos para a lavoura, italianos,
espanhóis, portugueses, japoneses, entre outros. No pós-guerra, o Brasil
privilegiou a vinda de mão de obra especializada, em especial através dos
refugiados de guerra, pois já havia implementado seu processo de industrialização.
Entre os anos de 1950 e 1980, a imigração para o Brasil praticamente
cessou e foi a vez da migração interna ocupar o cenário. Neste período, o
Brasil deixou de ser um país com sua população majoritariamente morando no
campo para transformar-se num país urbano, com grande concentração nas Regiões
Metropolitanas.
A partir dos anos 1960, novos
imigrantes começaram a chegar: bolivianos (que já se faziam presentes nas
décadas anteriores), coreanos, e os que fugiam das ditaduras do Cone Sul –
chilenos, uruguaios, argentinos e paraguaios. Já na década de 1980, os
bolivianos que chegavam mudaram de perfil: não mais estudantes ou profissionais
liberais, mas trabalhadores braçais para o ramo das confecções. Já no final dos
anos 1990, ingressaram outros imigrantes, vindos dos países andinos (peruanos e
colombianos), mas a maior novidade foi a chegada de africanos, em especial
vindos de Angola e da República Democrática do Congo, na condição de
refugiados. Todavia, hoje o Brasil recebe, embora de maneira pulverizada,
africanos de muitos países.
Assim sendo, como indica o
documento de Aparecida, há milhões de pessoas que por diferentes motivos estão
em constante mobilidade. Na América Latina e no Caribe os emigrantes,
deslocados e refugiados, sobretudo por causas econômicas, políticas e de
violência constituem fato dramático (nº 411).
Em 2010, após um violento e
devastador terremoto que arrasou o Haiti, a pergunta que se fazia, era: O que
fazer? Para onde ir?
Sendo assim, não demorou muito a
ter presença de migrantes haitianos no Brasil na tentativa de reescrever a
gênese de um sonho.
Atualmente, estão aparecendo
novos rostos em busca de melhores condições de vida no Brasil. Tratam-se de
migrantes venezuelanos. A imigração venezuelana no Brasil foi então gerada pela crise
socioeconômica e política que a Venezuela está
sofrendo. Devido a essa triste realidade, muitos venezuelanos migraram à
procura de melhor qualidade de vida e oportunidades de trabalho.
Nossa obrigação
enquanto pessoas comprometidas com a proposta do
evangelho de Jesus Cristo é a defesa da vida.
evangelho de Jesus Cristo é a defesa da vida.
Nossa missão é de ser
igreja peregrina que pára no meio do caminho, olha o
irmão caído, cura suas feridas e o levamos conosco para cuidar dele. “Eu era migrante e tu me acolheste” (MT 25).
irmão caído, cura suas feridas e o levamos conosco para cuidar dele. “Eu era migrante e tu me acolheste” (MT 25).
Que Deus abençoe essa
terra tão acolhedora, Brasil!
Pe. P. Dieucel
Assinar:
Postagens (Atom)